Book of us, por Sofia Gonçalves |
Despia-me mais do que o meu corpo nu pôde fazer, despiria a minha própria alma para que a pudesses ler.
Então agora lê-me. Lê-me uma vez mais.
Toca-me com a ponta dos dedos como se sublinhasses cada palavra.
Saboreia-a cada uma delas e sente-me.
Sentes como me sinto quando pousas o teu olhar em mim?
E sentes como me sinto quando tocas em mim?
Sente como me sinto quando o teu perfume me inunda, esse cheiro de ti, sentes?
Então agora sente como me sinto quando me beijas, mesmo que seja somente a face. Sentes tudo isso? Isso é amor.
E o amor dói. Faz mal, pode até matar, mas também faz bem. Fez-me bem.
O teu amor...o teu amor fez-me bem.
Rasgou-me um sorriso no rosto que não doeu a nascer. Foi com amor.
E o amor às vezes não dói, às vezes adormece a dor.
Lembras-te desse sorriso? Ainda te lembras?
E lembras-te de quando te olhava nos olhos? Conseguias ler-me?
Não digo o olhar...o olhar qualquer um lia.
Mas, conseguias ler-me a alma? Parecia-te feliz?
Puramente, profundamente feliz?
Então agora toca-me no rosto e lê-me uma vez mais.
Lê-me ao som das lágrimas de saudade que caem, deslizando nos contornos da minha face.
Encosta o teu corpo ao meu e sente como o meu ainda treme.
Ainda estremece cada vez que te aproximas, a respiração muda, é tímida ou talvez sejas só tu que me desconcentras e me fazes perder no compasso. Isso é amor.
Podes ler dezenas de livros, podes ver centenas de filmes, mas a tua melhor definição de amor serei sempre eu. Eu fui amor. Amor de ti, amor por ti.
Fui amor. E ainda sou amor, dos restos que ficaram de ti.