domingo, janeiro 25, 2015

5:30 a.m

E em breves instantes estou de volta aquele beco sem saída que por tanto tempo foi a minha casa.
Diante dos meus olhos vejo novamente a vida ficar-me em segundo plano, sem puder dizer ou fazer nada para mudar o rumo que ela está a tomar. Volto a ficar encostada à parede, impedida de escapar, a dada altura o corpo cede e deixo-me cair. Aquele beco, escuro e frio, volta a ser o meu tecto.
Até quando? Até quando terei de continuar a anular os planos de uma vida? Até quando terei de adiar um futuro? Até quando?

sexta-feira, janeiro 02, 2015

60. "we're smiling but we're close to tears"

 
http://weheartit.com/myheartisforeveryours

Começou um novo capítulo, virei a última página do último capítulo e dei-lhe continuídade numa nova página.
Na verdade comecei por preencher essa primeira página, outrora em branco, com muito do passado, porque pela primeira vez desde que tenho memória iniciei um capítulo com uma outra perspectiva, com uma outra esperança. Olho para trás e parte de mim ainda nem acredita que hoje piso o chão da felicidade, esse chão que tantas vezes me pareceu tão perto mas que na verdade não passavam de rasteiras, duras rasteiras que me faziam cair a cada passo em falso.
Hoje tenho diante de mim inúmeras possibilidades e oportunidades, algumas bem duras mas que farei por manter a positividade, porque quando se aprende a ver o outro lado as coisas conseguem ser bem melhores. E eu prometo abraçar cada uma delas.
É de facto um novo começo. Involuntariamente tive de fechar algumas portas em 2014 mas tive o privilégio de abrir tantas outras janelas.
Uma dessas janelas foste tu.
Sou tão feliz contigo que por vezes rebento em lágrimas. Se à dois meses atrás me tivessem dito que naquela noite eu iria encontrar um sorriso que me iria levar até à felicidade eu teria rido espontaneamente e seguido numa outra direcção.
Mas ninguém me disse, eu simplesmente esbarrei nele.
Hoje, e apesar de todos os desafios que já tive(mos) que superar, não imaginas o quão feliz estou por me ter cruzado contigo àquela hora, naquele local.
Em vinte e dois longos anos não tenho memória de alguma vez ter vivenciado o que vivo contigo todos os dias. A verdade é que sempre associei lágrimas a tristeza e contigo descobri-lhes um novo sabor, um novo significado.
Dou por mim algumas vezes a recordar-te e a sorrir instintivamente em simultaneo com as lágrimas que me brotam dos olhos, por vezes até quando ainda estou acompanhada de ti, acho que é porque a felicidade é tão imensa que necessita libertar-se da minha alma, aproveitando-se do meu corpo para se mostrar ao mundo, mesmo quando o coração prefere sentir e calar.
Diariamente manifesto o que sinto por ti de formas que nunca me imaginei fazer, contigo tenho vindo a descobrir partes de mim que nem sabia existir e não te podia estar mais grata por tudo aquilo que me dás, mesmo que a bagagem que carregas às costas nem sempre seja a mais fácil de suportar ou que nem sempre esteja em sintonia com a minha. Até isso: aprendi a agradecer, a agradecer-te, por me permitires ser feliz.
Tu não sabes (ou ainda não sabias), mas o que sou agora foi algo que me privei de o ser durante muitos anos. Por medo, por receio e por castigo.
Não perguntes porquê, apenas retém que tu surgis-te para fazer mudar tudo isso.
Ao fim destes 60 dias ainda sorrio quando recebo as tuas mensagens, ainda tenho medo de te perder (mesmo que não te possua), ainda sinto mil e uma sensações quando estou diante ti. Ao fim destes 60 dias ainda nada mudou, é como se te tivesse conhecido ontem e a verdade é que sem saber, conheço-te todos os dias.
Se pudesse...não tirava os olhos de ti, fazia do teu sorriso permanente, transformava os teus braços no meu abrigo mais seguro e não largava mais a tua mão.
Obrigada, obrigada por tudo, por todos os dias; mas em especial, obrigada, por gostares de mim mesmo quando eu não gosto.



Adoro-te e sou muito feliz, contigo.
02.11.2014 - 02.01.2015