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Não sei bem o que sinto, na verdade já faz um tempo que não sei até como me sinto.
Deambulo por aí, inclino para acolá e hoje inclinei para aqui. Subi o sofá, aquele sofá que tão bem localizado ali está, pus um pé, pus o outro e respirei fundo, lancei o braço e rodei o puxador da janela, num ápice ela se abriu, como se soubesse que hoje, hoje eu precisava que ela colabora-se.
Senti aquela brisa reconfortante a abraçar-me, os pulmões encheram-se de ar puro da noite fresca que se fazia sentir em finais de Abril, encostei-me ao parapeito e pude sentir o meu coração bater.
Batia forte. Cada palpitação era como uma tentativa de se soltar de mim. Fugir-me do peito. Tinha-te no pensamento, teria ele intenções de partir para te encontrar? Mesmo sabendo que no segundo em que deixa-se o meu corpo para encontrar o teu, não seria capaz de reencontrar nenhum dos dois.
Torno-me incapaz de o impedir. Torno-me incapaz de o acalmar. Gosto de drama, se é para sofrer...que seja a sério.
As ruas têm impregnado nelas o cheiro da despedida. Carrego em mim o peso dela, um certo receio, talvez até medo, mas sinto-me capaz. Sempre fui capaz de virar as costas.
Sei que eventualmente vai acontecer, é de facto inevitável e parte de mim quer que aconteça, mas a outra metade de mim sabe que o agora é o que me motiva a escrever. Vamos sempre encontrar inspiração no sofrimento, talvez seja nele que encontremos o melhor de nós, o melhor no pior. O caos.
Inspiro. Expiro. Palpitações de teu nome.