terça-feira, novembro 17, 2015

The other side

 
little mouse, by J.

Vais ser sempre o "the other side", não sei porque vieste, não sei porque te conheci, mas sinto que foi simplesmente para me libertar, para que fosse finalmente livre de tudo o resto.
Por momentos senti começar a iludir-me, inundei-me de ti e tu quebras-te tudo isso.
Não estou desiludida, estou um pouco sentida sim, mas eu entendo...Não entendo os motivos, mas entendo que existiram e isso faz de mim um pouco mais crescida.
Há uns meses atrás teria ficado neurótica, teria tido vontade de me isolar, de me tornar invisível, mas não desta vez.

Foi a tua escolha e eu respeito. Não acredito que voltes, mas se voltares, estarei aqui e não atravessarei mais o limite que criamos.
Talvez daqui a uns anos tudo mude, quem sabe tudo aquilo que nos permitimos planear ainda venha a acontecer, a grande mudança, quem sabe?
Vais fazer-me falta. Falta da rotina que me crias-te e habituas-te. Mas eu entendo. Entendo.

Say you'll remember me
Standing in a nice dress
Staring at the sun set, babe
Red lips and rosy cheeks
Say you'll see me again
Even if it's just in your
Wildest dreams, oh

segunda-feira, novembro 02, 2015

November, 2


Let me out, por Sofia Gonçalves

Hoje poderia ser um dos dias mais felizes da minha vida.
A dar continuidade aquilo que começamos, à um ano atrás, este seria um dos dias mais felizes da minha vida. Sim, fazemos um ano. Faz um ano que nos conhecemos. E num ano muita coisa mudou, muita coisa se alterou. Fizeste-me alcançar picos de felicidade que nunca antes conheci, mas contigo também conheci noites em branco e noites em que adormeci em lágrimas.
Foste provavelmente o meu melhor e meu pior. Foste tudo.
Foste a pessoa que eu precisava, mesmo sem saber de que precisava eu.
Foste o meu mais sincero sorriso e a minha lágrima mais sentida.
No meio de tanta frieza e de um feitio complexo, conseguiste extrair preocupação, amor, carinho...sentimentos esses que outrora nunca tinham visto a luz do dia. Até tu apareceres pouco existia.
Havia um coração envidraçado, em vidro estalado. Tu deste-lhe um outro encanto, um propósito.

Foste provavelmente o meu melhor e meu pior. Foste tudo.
E ainda és.

E meses depois de lhe conhecer o fim, ainda continuo a desfolhar as páginas, páginas escritas com nenhures, páginas que não fazem mais sentido e tudo o que eu queria era alcançar a última página e deixar esta história na estante, junto de todas as outras histórias que descrevem a minha vida.
Mas não consigo. Eu tento, e não consigo.
E não entendo porque é tão difícil desapegar-me de ti, quando deixei de te querer no dia em que percebi que não te podia ter e eu só queria que não fizesses mais parte de mim, porque não tem mais sentido. Não faz mais sentido.
Perdi a conta aos ultimatos que fiz a mim mesma, às vezes que te rasguei em mil pedaços e voltei a colar-te pedaço a pedaço. É uma luta. É o desespero de te querer perder mas te querer ganhar e como se ganha uma luta assim?
Ando perdida à meses, olho à volta e agora tenho tudo aquilo porque tanto lutei, mas falta uma peça do puzzle, uma peça que não encaixa mais aqui mas que eu tento desesperadamente encaixar.
Essa peça és tu e só em ti vejo significado, mas já não lhe vejo propósito.
E sinto em ti, sinto-te a distância, sinto-te as palavras desprovidas de qualquer sentimento, sinto-te a ir e sinto-me a ir atrás sem motivo. Vou porque me prendi a ti. Vou porque estou presa a ti.
E não consigo sair.

"If you think it's over
You think we're nowhere, just let me out
I'm making it easy
For you to go leave me, just let me out"