segunda-feira, novembro 25, 2013

Ghost

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Eu estou aqui. Se apertar dois dedos e esmagar a minha pele, eu sinto. Estou ali, em carne e osso.
Mas eu não sinto. Abstraí-me completamente da minha vida, vivo de uma rotina que executo sem pensar, vejo tudo na minha vida como se eu fosse um fantasma, estivesse ali, naquele espaço, naquele momento, mas que tudo o que acontece à minha volta fossem actos que jamais me poderão atingir.
Não me movo por nenhum deles, não avanço nem recuo, fico ali, espectada, vendo a vida passar-me diante dos olhos, vendo a vida piorar a cada segundo e eu sem me mover, sem intervir em nada.
Talvez um dia volte à vida. Talvez um dia desista dela. Talvez um dia me reinvente. Talvez não.

domingo, novembro 24, 2013

Letter to the past

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Já há algum tempo que as palavras pedem liberdade mas nunca lhes cedi.
Mas hoje é diferente, hoje reina a permissão.

Recuei atrás no tempo, inundei-me de memórias e em cada memória, brotava um sorriso e quando não nascia um sorriso, florescia uma lágrima. Eu senti. Em cada memória havia algum tipo de sentimento, bom, mau, não importa. Importa que eu senti e numa fase em que a indiferença me reveste a personalidade, sentir algo do passado é uma grande conquista.
Não deixei que as feridas abrissem de novo, na verdade, eu curei-as com todo o amor que consegui retirar de todos estes anos. Ficaram as cicatrizes, é certo, mas quando tudo parecer confuso, as cicatrizes serão a minha única certeza no meio de tantas dúvidas.
Foi tudo embora, o ciúme, a frieza, o amor-ódio, o desejo de controlo, tudo...tudo o que nos destruiu foi agora embora. Ficou a saudade, ficou o amor intacto, ficou a história escrita em páginas invisíveis para recordar sempre que a memória falhar, a história de um livro que nunca mais ninguém poderá tocar. 

Queria-me despedir acertadamente, não pessoalmente porque aí não iria ser uma despedida, iria ser o começo de uma história, talvez diferente, agora cara a cara. 
Então digo-te: lamento todas as vezes que virei as costas ao que tínhamos por carregar em mim demasiados defeitos, por ser feita de tantas características negativas e por nem sempre ser capaz de enfrentar o mal e deixar, por uma vez que fosse, sentir o bem em mim. Gelei o meu coração, fiz dele pedra, tornei-me alguém frio e distante, aprendi a estar sempre contra tudo e todos mesmo quando eram meus aliados. Fiz isso contigo e apesar de doer, era esta a minha natureza. Lamento todas as crises, todas as discussões escusadas, todas as vezes que me mostrei insegura e traí a confiança que tão arduamente tínhamos construído, lamento todas as vezes que te magoei mesmo que sem intenção.
Lamento ter sido a fagulha que pôs fim à nossa história. Não devia ter sido assim, mas nem sempre é fácil lutar contra os fantasmas da nossa cabeça e a imaginação, traiçoeira como pode ser, por vezes consegue tornar pequenos motivos num bicho de sete cabeças que não pensa com nenhuma delas. Lamento tudo isto e lamento por mim, por ter traído os meus sonhos e nunca me ter permitido fazer o suficiente para que um dia aquele abraço e aquele sorriso que tantas vezes imaginei, se tornassem reais na minha mente.
Às vezes é preciso fechar a porta entre-aberta para que possamos seguir em frente, de consciência mais leve e de bem com nós próprios, chegou o dia...mas lembra-te, as pessoas seguem em frente, mas os sentimentos permanecem.



"I love you like the stars above, I love you 'till I die."