Oxygen
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À primeira tudo tem graça, à segunda já nem tanto. Estou num ponto da minha vida que a vejo a repetir vezes sem conta e não é algo que gosta-se de reviver, vejo um mundo inteiro a avançar e eu a ficar para trás, como a mesma velha rocha que não tem outro destino para onde ir. Estou cansada, fisicamente exausta, psicologicamente esgotada, respiro mas não vivo, caminho mas não avanço; é assim que me sinto. Sinto que não estou a viver mas todos os dias queimo 24 horas que podiam ser úteis a alguém que realmente tivesse um propósito, um objectivo de vida, porque eu neste momento sou um simples corpo vazio. Continuo a sentir, todos os dias, sinto raiva de mim, sinto ódio da minha vida e sinto o cheiro do desespero que paira no ar e me faz desistir todos os dias um pouco mais. Hoje ainda respiro, amanhã não sei se não me irei proibir de consumir oxigénio; apetece-me largar tudo, apetece-me entrar porta adentro de um hospital e dar-lhes o meu corpo, deixá-los tirar-me os órgãos e dar uma qualquer utilidade ao meu corpo, libertar-me a alma e fazer-me acreditar que estou a fazer o certo, que estou a dar uma vida a quem quer uma e que não estou a continuar a desperdiçar a minha. Estou tão cansada de tudo, estou cansada de acordar cada manhã e saber que a minha vida não tem sentido, que nem me posso permitir pensar num futuro porque não tenho como lá chegar, não tenho pelo que lutar, não tenho ao que me agarrar para chegar a algum lado. Sou apenas uma rocha, uma velha rocha que se limita a existir.
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