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Nestes dias não tenho sido capaz de enfrentar a luz do dia, fecho-me em casa, refugio-me das janelas, ocupo o tempo entre a televisão na secção dos programas gravados, entre a comida e a leitura de livros de escrita nojenta. Sinto que nesta fase o chão começa-me a falhar, já está gasto, não tarda muito chego ao porão e caio redondamente no fundo do poço. Isto claro, no mais profundo eu, porque por fora continuo a exibir as expressões de alguém normal. Não me posso dar ao luxo de viver a minha vida de acordo com o meu estado de espírito, na maioria dos dias até que posso, mas há sempre algum dia que vem interromper esta minha nova rotina e arrasa com tudo, sair à rua...ver rostos...ouvir todo aquele barulho que demonstra freneticamente que existe vida para além das quatro paredes onde existo, arrasa-me completamente. Odeio. Ao mesmo tempo cresce um desejo dentro de mim, o desejo de viver, mas não sou capaz de me arrastar para o mundo sozinha. Talvez, apenas talvez, um dia deixe alguém penetrar no meu mundo, alguém capaz de me convencer a viver. De me convencer a amar. A ceder.
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