sábado, dezembro 15, 2012

I know who I am, I know what I am.

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Hoje tive a prova de que sou realmente forte.
Apesar de todas as lágrimas que caíram, da voz que foi desvanecendo e enrouquecendo, eu provei a mim mesma que sou mais forte do que aquilo que pensei e se eu sei o que sou, os olhos de ninguém, as palavras de ninguém podem desaprovar isso.

Não vou mentir, doeu, doeu ouvir proferir palavras vazias, carregadas de mentiras que um outro alguém contou; doeu o vácuo que se fez sentir no meu peito como se arrancasse tudo o que carrego lá dentro. Mas em momento algum em duvidei do que sentia, em momento algum senti a consciência pesada, em momento algum senti que pisei um chão falso e que agora era hora de pagar pelos meus erros. Porque eu não errei.
Só porque sempre agi sem mostrar, só porque sempre guardei tudo para mim, só porque nunca manifestei aquilo que sentia...não faz de mim alguém que não fez, que não sentiu.
Faz de mim alguém com uma personalidade forte, que não tem o hábito de se mostrar frágil, que não precisa de gritar rua fora o que sente, nem contar aos sete ventos os problemas que tem. Todos os dias, após um dia exaustivo, quando o cansaço já se fazia sentir no corpo e as lágrimas cediam, eu saia do autocarro, puxava as mangas da roupa e limpava as lágrimas que teimavam em cair, olhava o céu e respirava fundo, sempre soube o que me esperava no minuto seguinte e era isso que eu temia, que sempre fosse um dia pior, mas isso nunca me impediu de fazer o que tinha de ser feito.
Minutos antes avisava que estava a chegar, tocava à campainha e entrava no elevador. Ainda era uma longa subida até ao destino, 8 andares, que pareciam tempos infinitos onde me passava tudo pela cabeça, onde o medo lutava para conseguir o papel principal mas a coragem conseguia ser superior. O elevador parava, chegava o momento, dava meia dúzia de passos a medo e respirava fundo de novo. Esboçava um sorriso embora os olhos brilhassem de dor, medo. Ia-te ver. O coração batia a mil, apesar de saber que o cenário não era o melhor, havia sempre a possibilidade de ser muito pior do que aquilo que imaginava. Mas saber que o tempo era incerto e que podia ser o meu último momento contigo, fazia-me ganhar um pouco mais de coragem, enfrentar os meus medos e aproveitar cada segundo. Num ápice, as pequenas conversas de sala, passaram a conversas de quarto e até mesmo essas, rapidamente se transformaram em pequenos gestos, pequenas caricias e por fim, momentos em que ficava especada a encarar o teu fino rosto amarelado, visivelmente doente. Segurava o choro, mostrava-te o meu carinho através de palavras ou mimos, pois a tua luta fora tão exaustiva que já nem conseguias se quer abrir os olhos uma última vez para me veres.

Despedia-me de ti, um pouco a medo, pois nunca soubera quando seria a última despedida. Preparava-me para sair, não com um sentimento de alivio mas sim porque iria poder ter o meu momento, no caminho até a casa podia ter o meu momento, podia encostar-me a um canto, colocar os óculos escuros ou simplesmente fitar a paisagem para lá da janela, deixar cair as lágrimas, que ninguém se ia importar.
Nunca fui de mostrar a minha fraqueza aos outros, faz parte da minha personalidade, mas isso não quer dizer que por dentro não esteja de rastos. Eu sei o que senti e como encarei esse capítulo da minha vida e tu também o sabes, sei que me adoravas, pois tive o privilégio de ouvir os teus lábios murmurar isso e acredito que tenha sido de coração.
Lamento se não pude estar contigo todos os dias e a toda a hora, mas mesmo assim, nada ficou por dizer. Adorava-te. Adoro-te e não te vou esquecer nunca, porque de todos, foste o único que sempre gostou realmente de mim.
Tenho muitas saudades tuas. Tu sabes e também sabes que perante as circunstâncias eu fiz a escolha certa e que agora estou melhor assim. 





Toma conta de mim, sim? Como só tu sabes e como sempre fizeste. 

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