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Com medo de arriscar, por medo de perder nada, porque não há nada a perder; com medo do reflexo no espelho, de encarar um rosto inchado após uma longa noite de choro na companhia da almofada, com medo de enxergar uma silhueta que não agrada, que desmotiva e que faz querer desistir. Com medo de que os braços que hoje mal se erguem, um dia percam a pouca força que lhes resta, que os joelhos cedam e que o corpo desabe no chão, inanimado, semelhante a uma marioneta que perdeu a utilidade. Pela mente surgem ideias de um futuro, vontade de lutar por esse mesmo futuro, vontade de conquistar cada barreira e superar cada dificuldade, mas algures pelo caminho a garra desvanece e o medo assume o papel principal. É aqui que uma outra personagem entra, nesta fase da história é necessário alguém que leia nas entrelinhas e que perceba exactamente o que tem de fazer, mas não existe esse alguém, porque existe demasiada insegurança, demasiado medo para tentar, para sequer ponderar em arriscar.
Deixo o corpo cair sobre a cama, mas a mente não pára, talvez um dia ela apague por breves instantes e durante esses míseros segundos eu tome uma lufada de ar fresco e ganhe coragem para tentar de novo.
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