domingo, novembro 24, 2013

Letter to the past

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Já há algum tempo que as palavras pedem liberdade mas nunca lhes cedi.
Mas hoje é diferente, hoje reina a permissão.

Recuei atrás no tempo, inundei-me de memórias e em cada memória, brotava um sorriso e quando não nascia um sorriso, florescia uma lágrima. Eu senti. Em cada memória havia algum tipo de sentimento, bom, mau, não importa. Importa que eu senti e numa fase em que a indiferença me reveste a personalidade, sentir algo do passado é uma grande conquista.
Não deixei que as feridas abrissem de novo, na verdade, eu curei-as com todo o amor que consegui retirar de todos estes anos. Ficaram as cicatrizes, é certo, mas quando tudo parecer confuso, as cicatrizes serão a minha única certeza no meio de tantas dúvidas.
Foi tudo embora, o ciúme, a frieza, o amor-ódio, o desejo de controlo, tudo...tudo o que nos destruiu foi agora embora. Ficou a saudade, ficou o amor intacto, ficou a história escrita em páginas invisíveis para recordar sempre que a memória falhar, a história de um livro que nunca mais ninguém poderá tocar. 

Queria-me despedir acertadamente, não pessoalmente porque aí não iria ser uma despedida, iria ser o começo de uma história, talvez diferente, agora cara a cara. 
Então digo-te: lamento todas as vezes que virei as costas ao que tínhamos por carregar em mim demasiados defeitos, por ser feita de tantas características negativas e por nem sempre ser capaz de enfrentar o mal e deixar, por uma vez que fosse, sentir o bem em mim. Gelei o meu coração, fiz dele pedra, tornei-me alguém frio e distante, aprendi a estar sempre contra tudo e todos mesmo quando eram meus aliados. Fiz isso contigo e apesar de doer, era esta a minha natureza. Lamento todas as crises, todas as discussões escusadas, todas as vezes que me mostrei insegura e traí a confiança que tão arduamente tínhamos construído, lamento todas as vezes que te magoei mesmo que sem intenção.
Lamento ter sido a fagulha que pôs fim à nossa história. Não devia ter sido assim, mas nem sempre é fácil lutar contra os fantasmas da nossa cabeça e a imaginação, traiçoeira como pode ser, por vezes consegue tornar pequenos motivos num bicho de sete cabeças que não pensa com nenhuma delas. Lamento tudo isto e lamento por mim, por ter traído os meus sonhos e nunca me ter permitido fazer o suficiente para que um dia aquele abraço e aquele sorriso que tantas vezes imaginei, se tornassem reais na minha mente.
Às vezes é preciso fechar a porta entre-aberta para que possamos seguir em frente, de consciência mais leve e de bem com nós próprios, chegou o dia...mas lembra-te, as pessoas seguem em frente, mas os sentimentos permanecem.



"I love you like the stars above, I love you 'till I die."

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