sábado, janeiro 04, 2014

Dódó & Toby

www.weheartit.com
"Hoje lembrei-me de ti.
E junto com o teu rosto, vieram todas as recordações, as más primeiro e as boas depois, estas últimas arrastaram consigo algumas lágrimas. Lágrimas de saudade, mas também, lágrimas de raiva. Eu só precisava que tu estivesses lá, sendo eu alguém que dificilmente confia, alguém que dificilmente consegue falar sobre o que sente e sendo tu uma das três pessoas com quem era capaz de o fazer, mesmo que um pouco ao empurrão e sendo tu a única dessas três pessoas que estava fisicamente perto de mim, eu só precisava que tivesses ficado, que fosses como uma âncora que não me deixava perder no buraco negro que a minha vida se estava a tornar, mas tu não ficaste. Aos poucos, afastavas-te um pouco mais e eu tentava fechar os olhos e fingir não ver, mas no dia mais arrebatador da minha vida, tu estiveste lá, mas não estiveste. Não eras tu. Não o senti. Não te senti ali, era o teu rosto, mas não eras tu. Deste-me uma vida para as mãos, quando minutos atrás me tinham arrancado uma, mas não me deste o que eu mais precisava: apoio; um abraço. E tudo isso, se tornou cada vez mais constante, tão forte que eu já não podia fingir mais não ver, e tudo aquilo que um dia prometemos não acontecer, tudo aquilo que um dia dissemos não fazer, estava agora a acontecer. Os motivos? Não os conheço. Mas mesmo se conhecesse, não vejo nenhum que justifique a tua atitude perante mim, naquele dia em específico e as dos dias seguintes que só se tornaram na confirmação do antes. Não te consigo perdoar. Não consigo perdoar aquela tua atitude, não consigo perdoar todas as outras que se seguiram, não consigo. Eu penso em ti, eu lembro de ti, eu nutro um sentimento por ti, eu sinto falta de ti, mas também sinto raiva de ti e não consigo superar.
Não pretendo nada. O meu único intuito foi deixar sair cá para fora o que por quase 2 anos permaneceu aqui dentro. Hoje senti-me capaz de me permitir sentir, hoje senti-me capaz de falar. Tenho-te a agradecer os anos que passei contigo, os bons momentos que partilhamos, a companheira que um dia foste e por teres feito parte da minha vida como fizeste. Se te afastaste de mim foi porque assim quiseste e eu tentei, à minha maneira mas tentei, porque no minuto que abri esta conversa, reli as últimas palavras e à minha maneira tentei insistentemente estar uma última vez contigo e perceber se isto iria ter um ponto final ou uma vírgula, mas tu mais uma vez, distanciaste-te. Deixei-te uma carta de despedida, que trazia entre linhas uma nova oportunidade, uma nova tentativa e tu desperdiçaste-a. Lamento imenso, não por ti, mas pela história que um dia construímos.

Sem comentários:

Enviar um comentário