domingo, junho 08, 2014

I let you burn


28.05.2014

Chegou ao fim a minha ilusão. Um pouco sobre pressão, cedi ao mundo ao meu redor e cedi a mim mesma. Peguei nas tuas fotografias, que outrora com tanta dedicação as reproduzi e guardei comigo como se as guardasse em mim, respirei fundo e acendi a chama, a chama uma vez ardente em mim ardia agora sobre as tuas fotografias. Vi-te desaparecer.
Em segundos o teu rosto transformou-se em cinzas, frágeis cinzas que agora nada podiam fazer contra mim e que tão facilmente as podia fazer desaparecer somente com um sopro. Foste o meu último sofrimento, quer nas sombras ou não, eras o meu motivo para escrever e deixar transparecer tudo o que sentia, através da escrita eu transcrevia o sofrimento em que me encontrava e foi esta mesma escrita que tantas vezes me libertava, libertava toda a dor que me fazias sentir.
Repito: A dor é a nossa melhor inspiração.
E mesmo sem saberes, foste a minha inspiração em vários aspectos, por inúmeros motivos.
Sinto-te a ir embora. Já quase não te guardo em mim. Não guardo mais nada de ti, excepto um passado, trancado, à prova de mim mesma.

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