segunda-feira, novembro 02, 2015

November, 2


Let me out, por Sofia Gonçalves

Hoje poderia ser um dos dias mais felizes da minha vida.
A dar continuidade aquilo que começamos, à um ano atrás, este seria um dos dias mais felizes da minha vida. Sim, fazemos um ano. Faz um ano que nos conhecemos. E num ano muita coisa mudou, muita coisa se alterou. Fizeste-me alcançar picos de felicidade que nunca antes conheci, mas contigo também conheci noites em branco e noites em que adormeci em lágrimas.
Foste provavelmente o meu melhor e meu pior. Foste tudo.
Foste a pessoa que eu precisava, mesmo sem saber de que precisava eu.
Foste o meu mais sincero sorriso e a minha lágrima mais sentida.
No meio de tanta frieza e de um feitio complexo, conseguiste extrair preocupação, amor, carinho...sentimentos esses que outrora nunca tinham visto a luz do dia. Até tu apareceres pouco existia.
Havia um coração envidraçado, em vidro estalado. Tu deste-lhe um outro encanto, um propósito.

Foste provavelmente o meu melhor e meu pior. Foste tudo.
E ainda és.

E meses depois de lhe conhecer o fim, ainda continuo a desfolhar as páginas, páginas escritas com nenhures, páginas que não fazem mais sentido e tudo o que eu queria era alcançar a última página e deixar esta história na estante, junto de todas as outras histórias que descrevem a minha vida.
Mas não consigo. Eu tento, e não consigo.
E não entendo porque é tão difícil desapegar-me de ti, quando deixei de te querer no dia em que percebi que não te podia ter e eu só queria que não fizesses mais parte de mim, porque não tem mais sentido. Não faz mais sentido.
Perdi a conta aos ultimatos que fiz a mim mesma, às vezes que te rasguei em mil pedaços e voltei a colar-te pedaço a pedaço. É uma luta. É o desespero de te querer perder mas te querer ganhar e como se ganha uma luta assim?
Ando perdida à meses, olho à volta e agora tenho tudo aquilo porque tanto lutei, mas falta uma peça do puzzle, uma peça que não encaixa mais aqui mas que eu tento desesperadamente encaixar.
Essa peça és tu e só em ti vejo significado, mas já não lhe vejo propósito.
E sinto em ti, sinto-te a distância, sinto-te as palavras desprovidas de qualquer sentimento, sinto-te a ir e sinto-me a ir atrás sem motivo. Vou porque me prendi a ti. Vou porque estou presa a ti.
E não consigo sair.

"If you think it's over
You think we're nowhere, just let me out
I'm making it easy
For you to go leave me, just let me out"

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