segunda-feira, março 16, 2015

mission: failed

Por Sofia G.
E hoje fariamos um mês.
Falhei no objectivo, não por culpa minha porque tenho consciência de tudo o que fiz e tudo isso foi por ti. Mudei-me, moldei-me, adaptei-me a ti sem reclamar, mas falhei. No fundo, falhei.

Tentei, esforcei-me, mas não podia carregar mais uma relação ao colo, não podia lutar por nós duas, nem viver uma relação sozinha. Não me deste outra hipotese, ignoras-te todos os avisos, todos os alarmes e todos os perigos; no final de tudo isto, ignoraste-me a mim. Senti-me invisível, sem valor, inútil, esquecida, incapaz, perdida e não fizeste nada para me trazer de volta. Deixaste-me a afundar por dentro, mesmo que tenha vestido uma armadura à prova de ti, eu afundei. Deixas-te mossa, algo irreparável, que está registado e não será esquecido, faz parte de mim como cada sinal do meu corpo ou cada momento na minha memória; porém, dei-te uma alternativa.
Cansei de palavras, cansei de gestos, anseio provas. Ainda tens a chave, ainda podes mudar tudo, não podes alterar o passado e todos os erros dele, mas podes mudar o curso de toda a história. Depende de ti. Se de todas as outras vezes parei de viver para esperar por ti, desta vez a minha vida vai continuar, um pouco diferente é verdade, mas todos os desafios que nela enfrentamos fazem-nos tomar decisões, mudar, crescer e eu estou a fazer tudo isso. Não queria que conhecesses o meu lado mais sombrio, mas a luz ao fundo do túnel não existe mais. Não me resta outra opção senão me proteger de ti e de todas as tuas balas que tanto magoam. Não mereci. Não mereci nada disto mas...
Obrigada. Já o repeti dezenas de vezes mas digo-o de novo: obrigada, por me teres ensinado a viver, a amar, a sentir, a cuidar. Vou guardar com carinho todos estes momentos, vou relembrar todos os dias em que fui feliz como nunca antes tinha sido, todas as vezes que deitei a cabeça na almofada de sorriso no rosto e lágrima de felicidade que teimava em escapar, todas as borboletas na barriga e apertos no peito, todas as palavras que descobri o significado e senti cada vez que as pronunciei, prometo.

Agora preciso de ir.


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